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…MAS EU ME MORDO DE CIÚMES


Estamos no mês em que comemoramos o dia dos namorados aqui no Brasil, logo, nada mais natural que a matéria deste mês tivesse como pano de fundo tal data. Entretanto, o enredo é sobre um assunto não tão “legal” e que acomete muitos casais, independente da idade e tipo de relacionamento: O CIÚME.


Como mencionei, o ciúme pode ocorrer em quaisquer tipos de relacionamentos, mas está comumente associado aos relacionamentos amorosos. Ainda que haja alguma controvérsia sobre a inerência do ciúme, pode-se inferir que o ser humano sente, não raramente, alguma forma de ciúme por algo ou por alguém nas diversas fases dos relacionamentos interpessoais que vivencia. Logo, o ciúme pode ser considerado como uma manifestação “normal”, assim como é normal sentir medo, inveja, luto, alegria, raiva e saudade, dentre outras emoções humanas.


Para muitas pessoas o ciúme ainda é uma manifestação de afeto, de zelo ou até de amor que uma pessoa sente por outra. Talvez isto seja mesmo verdade em algumas situações, mas na maioria das vezes não é. Pode-se dizer que as pessoas ciumentas permanecem ambivalentes entre o amor e a desconfiança de seu parceiro, tornando-se perturbadas, com labilidade afetiva e obcecadas por triangulações, muitas vezes imaginárias. Dessa forma, os ciumentos conflitam entre o medo de descobrir a infidelidade real dos seus parceiros, e, não constatando a infidelidade, descobrir que sofrem de uma forma de delírio de ciúme.


O ciúme patológico, também chamado de Síndrome de Otelo, compreende várias emoções e pensamentos irracionais e perturbadores, além de comportamentos inaceitáveis ou bizarros. Envolve muito medo de perder o parceiro para um rival (real ou imaginário); desconfiança excessiva e infundada; grande desejo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro; preocupações excessivas sobre relacionamentos anteriores, ou seja: ciúme do passado, que pode ocorrer na forma de pensamentos repetitivos, imagens intrusivas e ruminações sem fim. E como se pode imaginar isso tudo gera um prejuízo significativo no funcionamento pessoal e interpessoal dos envolvidos.


Vale lembrar que no ciúme patológico, várias emoções são experimentadas, tais como a ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual e desejo de retaliação. O portador do ciúme patológico é um “vulcão emocional” sempre prestes à erupção e apresenta um modo distorcido de vivenciar o amor. Em geral, o portador do ciúme patológico é extremamente sensível, vulnerável e muito desconfiado, possui autoestima muito rebaixada, tendo como defesa um comportamento impulsivo.


A relação amorosa constitui-se enquanto um fenômeno de movimentos opostos, na qual o desprendimento e a admiração mútua resultam em uma forma do entendimento e da compreensão do casal estabelecido. Por este prisma, uma relação saudável é aquela em que cada indivíduo tem a sua própria identidade e deseja fazer o bem à pessoa amada, sem esperar recompensa. Então, é por isso que muitas vezes, pode-se dizer que o ciúme destrói essas relações saudáveis e faz com que a pessoa sofra.


É preciso identificar os motivos que nutrem o ciúme para cada pessoa e utilizar suas manifestações como sinal de alerta. É importante que uma pessoa, ao perceber que está sendo tomada pelo ciúme, se dê conta disso, olhe para dentro de si e busque os recursos necessários para os cuidados do equilíbrio emocional ~nessas horas buscar ajuda de uma psicóloga pode fazer toda a diferença~ e assim assegurar o próprio bem-estar e, consequentemente, da relação.


E se você leu até aqui buscando alguma “fórmula mágica”, sinto lhe informar que não há como definir de forma simplista os sentimentos. A complexidade do ser humano não é algo que se explique por formulas, assim como não há receitas prontas para desenvolver bons relacionamentos. Maaasss, uma coisa é certa: o amor quanto mais próximo da essência humana, mais puro se torna. E sendo a liberdade um anseio natural, nada que sufoque, que prenda ou intimide pode ser confundido com esse sentimento. O amor liberta, compartilha, acrescenta e, ao dividir-se, multiplica-se gentilmente, docemente e incondicionalmente.


Assim, quando amar, permita que o ser amado seja livre, não queira controlá-lo ou determinar o que ele pode ou não fazer. Respeito à individualidade é um quesito fundamental nos relacionamentos sadios. Então direcione suas energias para o seu bem-estar e equilíbrio, e inevitavelmente você se tornará uma pessoa cada vez mais interessante e com relacionamentos sadios.


Um beijo, e até o próximo mês.

Thays.

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