O que eu sinto é depressão?
Hoje, dia 10 de setembro é o dia mundial de prevenção do suicídio. Como vários suicídios são decorrentes de depressão (ou transtorno mental), vamos quebrar o tabu de achar que depressão é frescura?
Depressão é um transtorno que afeta e representa mudanças no padrão de funcionamento/rotina da pessoa. Os sintomas que acometem a pessoa doente devem permanecer por pelo menos duas semanas, e alguns deles são:
Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias (ex.: sente-se triste, vazio ou sem esperança). Em crianças e adolescentes o humor pode tornar-se irritável;
Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias;
Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta, ou aumento ou diminuição de apetite quase todos os dias;
Insônia ou hipersônia quase todos os dias;
Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias;
Fadiga e perda de energia quase todos os dias;
Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os dias;
Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão, quase todos os dias;
Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico de cometer suicídio;
É claro que se a pessoa passou (ou passa) por alguma situação de perda significativa (luto), a possibilidade de apresentar estes sintomas é grande, podendo assemelhar-se a um episódio depressivo. Embora estes sintomas possam ser compreensíveis ou considerados apropriados para a perda, a presença de um episódio depressivo maior em adição a uma resposta normal a uma perda significativa, deve também ser considerado cuidadosamente pelo profissional que acompanha esta pessoa.
Aí você me pergunta: Mas, afinal, o que causa a depressão?
Eis que te respondo que a depressão é uma condição extremamente pessoal que é causada por uma variedade de razões.
Você pode estar em risco de depressão por causa de algum acontecimento externo como por exemplo: dificuldade financeira, desemprego por longo período, ou alguma situação de perda significativa que tenha causado um luto ~ainda não elaborado~ (como a morte de um ente querido, perda do emprego, separação conjugal);
– por solidão ou falta de apoio social;
– por causa de algum trauma psíquico (violência física ou psicológica, ou abuso sexual, por exemplo);
– por situações estressantes vivenciadas recentemente ou na infância;
– por questões genéticas (estudos já evidenciaram a relevância do fator genético, ou seja, quem tem casos de depressão na família tem mais chances de ter o transtorno);
– Ou ainda por indução substâncias psicoativas, sejam elas lícitas ou ilícitas (medicamentos como os anorexígenos ou outras drogas.
Viu como é vasto o rol de possíveis “causas da depressão”? E estas são apenas algumas hipóteses… Pois, os sintomas e as causas da depressão são diferentes de pessoa para pessoa, assim também são várias as formas, caminhos e ajudas para a melhoria da depressão. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, e não há necessariamente um tratamento adequado em todos os casos.
Vale lembrar que existem vários tipos de depressão e que em geral, a pessoa deprimida se afasta do convívio social, tem dificuldade para expressar o que está sentindo e frequentemente não tem iniciativa de buscar ajuda, sendo necessária a intervenção de familiares e/ou amigos para que isto aconteça.
Uma vez iniciado o tratamento, a pessoa (e sua família) deve vencer outro desafio: dar tempo ao tempo, já que os remédios prescritos pelo médico podem levar semanas até surtirem efeito. Ao lado dos medicamentos, o acompanhamento psicológico é fundamental para o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais. O acompanhamento profissional aliado a um suporte social e mudanças no estilo de vida aumentam bastante as chances de superação de um quadro depressivo.
Espero que tenha esclarecido um pouquinho sobre a depressão, um grande abraço, Thays.